Eleições 2014

A hora e a vez do voto: como será o reencontro do brasileiro com as urnas

Ticiana Fontana e Leandro Belles

"O reencontro do brasileiro com o voto ocorre um ano e quatro meses depois de um junho sacudir a nação. A precariedade e o alto custo do transporte público foram os estopins de uma das maiores manifestações coletivas do Brasil desde a queda do ex-presidente Fernando Collor, cassado em dezembro de 1992. O grito das ruas ecoou nos gabinetes do Congresso Nacional e mostrou que o povo tem força ao voltar para as ruas.

Além disso, o pleito deste ano envolve características diferenciadas. A disputa foi afetada pelo acidente aéreo que resultou na trágica morte de Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto. Embates pessoais, propostas mirabolantes ou superficiais marcaram o horário eleitoral. Os debates televisivos tiveram personagens cômicos e brigas de baixo e alto nível entre os postulantes ao Planalto e ao Piratini. As pesquisas eleitorais mereceram destaque à parte, principalmente em função do sobe e desce dos três principais candidatos nos cenários nacional e estadual. As projeções prometem testar a capacidade cardíaca dos candidatos e apoiadores até o final da apuração neste domingo. 

Num recorte mais local, a região estreia duas novidades, o voto em trânsito em Santa Maria e o biométrico em 15 municípios da área de cobertura do Diário, uma novidade que promete revolucionar o sistema eleitoral brasileiro, possibilitando, num futuro próximo, o eleitor votar em qualquer parte do território nacional.



Neste pleito, está em jogo a recomposição do sistema político atual, já que a reforma do mesmo depende de outras ferramentas, no momento, distantes das urnas.
Os números divulgados pela Transparência Brasil reforçam a necessidade de atenção do eleitor. Conforme levantamento da ONG, 55,2% dos 513 deputados federais brasileiros (ou seja, 283 deles) respondem a ações na Justiça. A lista é grande e envolve inclusive estupro e até pedofilia. A Lei da Ficha Limpa, que barrou 250 candidatos neste pleito, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ajudar a coibir o uso da política por indivíduos com intenções duvidosas.

Mas a principal ferramenta para a mudança está literalmente no dedo do eleitor. De nada adiantará a evolução tecnológica do voto, com a consolidação da urna eletrônica e o crescimento do voto biométrico, se o eleitor não tiver consciência na hora de escolher seu representante.

Os gastos de campanha são estimados em R$ 75 bilhões pelo TSE, o equivalente ao orçamento do Estado do Rio de Janeiro. O marketing excessivo não pode sombrear uma escolha serena e balizada em princípios que incluam ética, racionalidade e, principalmente, o zelo pelo bem da coletividade.



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